O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu nesta segunda-feira (26) a possibilidade de que o prazo de aplicação entre a primeira e a segunda doses da vacina da Pfizer contra o novo coronavírus seja diminuído.
Atualmente, o intervalo é de cerca de 90 dias. No entanto, com uma maior disponibilidade de doses, Queiroga acredita que o intervalo possa ser diminuído para 21 dias, conforme orientação na bula apresentada pela farmacêutica.
“A vacina da Pfizer, na própria bula, já prevê o intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda doses. Quando a vacina entrou no nosso calendário, ainda tínhamos uma dificuldade com doses. Por conta disso, a opção foi se avançar na aplicação da primeira dose, e o intervalo entre a primeira e a segunda dose foi estendido”, disse, em entrevista à BandNews TV.
“Agora que estamos recebendo essa vacina com maior regularidade, o PNI (Programa Nacional de Imunizações) está estudando voltar para o prazo (original), porque poderíamos avançar com vacinas, com indivíduos vacinados com a primeira e a segunda doses”, acrescentou o ministro.
Até aqui, segundo ele, o tema tem sido discutido. E o impacto pode ser mais positivo do que o esperado.
“A vantagem disso é que nós avançaríamos em indivíduos totalmente imunizados, e isso protegeria contra eventuais variantes”, explicou.
Apesar da discussão referente à vacina da Pfizer, a antecipação não deve se repetir em imunizantes de outras fabricantes. É o caso da fabricada pela AstraZeneca, cujo intervalo entre as duas doses hoje é de três meses.
“A gente tem evidências até de que, se prolongando um pouco espaço entre a primeira e a segunda doses (da AstraZeneca), teríamos uma eficiência maior das vacinas”, disse.
Com o avanço da vacinação em todo o País e os resultados – que, segundo o ministro, “se fazem sentir na prática” –, o governo federal já começa a projetar as possibilidades para 2022. Até aqui, trabalha-se com a necessidade de uma revacinação, mas o ministro Queiroga ainda não sabe como isso será feito.
“Esses assuntos de revacinação, nos ainda não temos uma certeza de como faremos – se é só um reforço, se vamos precisar vacinar como vacinamos este ano com duas doses, se a intercambialidade entre doses será regra. Para que tenhamos essa resposta, precisamos de pesquisas. O Ministério da Saúde tem apoiado pesquisas para que tenhamos esses dados”, explicou.