O ministro Ricardo Lewandowski decidiu nesta segunda-feira (10) que vai manter as investigações contra o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil) no Supremo Tribunal Federal (STF).
A apuração é baseada nas alegações feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, que o acusa de extorsão no âmbito da Operação Lava Jato. A medida atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República e foi divulgada um dia antes de o magistrado se aposentar da Corte.
No depoimento realizado no mês passado por Tacla ao juíz da Lava Jato, Eduardo Appio, o advogado mostrou imagens e gravações que indicariam a suspeita de extorsão por parte de Moro durante a operação no Paraná.
O deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) foi acusado de perseguição também envolvendo processos da Lava Jato.
Na mesma decisão, o ministro Ricardo Lewandowski determinou que o caso passe por "um exame mais detalhado dos fatos e eventual pedido de instauração de inquérito" na PGR.
A princípio, Moro pediu para que o caso não fosse investigado no STF, apesar de ocupar um cargo no Senado e possuir foro privilegiado.
Em uma rede social, o político afirmou que a manifestação da PGR "contraria precedentes do próprio STF relativos ao foro". "Ressalto que o processo com as falsas acusações não é competência do Supremo, visto que os fatos inventados seriam anteriores ao meu mandato de Senador", diz a nota do senador.
Na mesma publicação, Moro promete que irá recorrer assim que tiver acesso aos autos. "Por essas razões, aliás, já disse que não abro mão do privilégio e luto no Senado para o fim dessa excrescência jurídica, verdadeira causa da impunidade", afirmou.