O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou detalhes do plano de execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo o assassino confesso, a parlamentar poderia ter sido morta três meses antes em um bar do Rio de Janeiro. As informações constam na delação premiada do criminoso. O material foi divulgado por autorização do Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira (07).
“Eu já tinha perdido a oportunidade [de executar Marielle] porque o Macalé não tinha chegado a tempo. Não sei como ele soube que ela estava lá”, contou o criminoso aos policiais federais que fecharam o acordo de delação.
Macalé - citado por Lessa - é Edmilson Oliveira da Silva. Ele teria mediado o contato entre os executores e os irmãos Brazão, apontados como mandantes do crime pela Polícia Federal. Macalé foi morto em novembro de 2021 em um crime ainda não desvendado.
Lessa revelou também que o endereço em que Marielle morava dificultou o planejamento do crime. A parlamentar morava em um local com intenso policiamento e sem estacionamento por perto.
“A gente já tinha informações sobre o endereço dela [Marielle]. Tentamos algumas vezes que o crime fosse feito ali, mas é uma área de cruzamento e tem muitos policiais na calçada. Um lugar difícil de ser monitorado”.
O ex-policial disse ainda que Macalé sugeriu, em 2017, o assassinato do então deputado estadual Marcelo Freixo, mas o próprio Ronie Lessa descartou a possibilidade por causa da quantidade de seguranças de Freixo.
Ao divulgar a delação premiada, o ministro Alexandre de Moraes também determinou a transferência de Lessa da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para o Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo.