Kamala vence Trump se mobilizar o eleitor negro e feminino, avalia especialista

Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, falou sobre os desdobramentos políticos nos Estados Unidos após a desistência do presidente Joe Biden em concorrer a reeleição

BandNews FM

Kamala vence Trump se mobilizar o eleitor negro e feminino, avalia especialista
Vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris
REUTERS/Kevin Mohatt

Professor de Relações Internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Leonardo Trevisan concedeu uma entrevista exclusiva a BandNews FM para analisar a situação política dos Estados Unidos após o anúncio do presidente Joe Biden de abandonar sua corrida a reeleição.

Na análise do especialista, é possível afirmar que Kamala Harris - atual vice-presidente dos Estados Unidos - pode vencer o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump caso mobilize o eleitorado negro e feminino.

"Kamala Harris mexe com o eleitorado negro. Temos que olhar para 2020. Quando Kamala Harris foi escolhida, a Georgia mudou a eleição. Porque disso? De alguma forma, Kamala Harris pode fazer o eleitor negro sair de casa, se entusiasmar e votar. Na eleição de 2020, isso foi decisivo, foi a maior presença - em mais de 40 anos - de porcentagem do eleitorado negro que saiu para votar. Se isso se repetir nos estados pêndulos, Kamala Harris ganha a eleição", analisou.

Trevisan ainda ressalta que poderá haver uma mobilização feminina em torno de Kamala, o que também pode ajudar a impulsionar a candidatura da atual vice-presidente na corrida a Casa Branca.

"Kamala Harris representa um problema significativo para Trump. Voto feminino será fundamental nessa decisão, principalmente nos estados pêndulos. São estados de economias mais baixas, mais difíceis. [...] Trump não tem habilidade para enfrentar uma mulher no debate. Isso vai ser importantíssimo. Isso não faz parte da geração de Trump, que tem uma atitude com as mulheres que todos nós conhecemos", pontuou.

Ainda de acordo com o professor de Relações Internacionais, o anúncio de desistência de Biden proporcionou ao Partido Democrata um retorno ao noticiário e ganho de espaço na mídia.

"Isso é fundamental. Isso traduz uma injeção de ânimo, um fato que os grupos democratas de apoio estavam procurando algum fato que os animassem. Encontraram, Kamala Harris. Um segundo fato: Kamala Harris não vai dar vida fácil ao Trump. É uma debatedora perigosa, tem mais de 15 anos de promotoria. Será completamente diferente de Biden. Biden deixou Kamala Harris 'no sereno' nos últimos quatro anos, muito pela visibilidade que Kamala Harris é capaz de ter com o microfone na mão", finalizou.

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