Justiça francesa julga AirFrance e Airbus por acidente entre Rio e Paris

228 pessoas morreram no acidente aéreo em 2009; Tribunal de Paris vai analisar a participação das companhias na tragédia

Rádio BandNews FM

Justiça francesa começa a julgar AirFrance e Airbus por acidente entre Rio e Paris Foto: Divulgação/Aeronáutica
Justiça francesa começa a julgar AirFrance e Airbus por acidente entre Rio e Paris
Foto: Divulgação/Aeronáutica

A companhia aérea AirFrance e a Airbus começam a ser julgadas nesta segunda-feira (10) por “homicídio involuntário” no caso do acidente com o voo AF447, entre Rio e Paris, que caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009. Após treze anos, em uma vitória das famílias das vítimas, a empresas serão julgadas em um tribunal da capital francesa.

O julgamento pode durar até nove semanas e diferentes peritos e profissionais das companhias envolvidas serão ouvidas no Tribunal Correcional de Paris, segundo a Agência France Press. O jornal Le Monde aponta que o juiz pode determinar multa máxima de US$ 220 mil.

O mesmo processo tinha sido arquivado em 2019, mas foi reaberto em 2021 depois que familiares das vítimas e sindicatos de pilotos recorreram do arquivamento, ocorrido dois anos antes e apresentarem novos elementos indicando que era sabido os riscos da aeronave e do voo nas condições do dia do acidente.

O voo caiu 3 horas e 45 minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Duzentos e dezesseis passageiros e 12 tripulantes morreram.

Na época, as causas do acidente foram apontadas como o congelamento das sondas de pitot, responsáveis pelos indicadores de velocidade da aeronave. A imperícia dos pilotos, que não sabiam reagir a um incidente como aquele, além da falta de treinamento da tripulação também foram pontuados como problemáticos.

Mudanças no treinamento de pilotos e na fabricação do A330, avião da Airbus, foram colocados em prática após o acidente.

Ninguém foi responsabilizado pela tragédia até hoje. Embora as famílias tenham recebido indenizações e multas tenham sido cobradas das companhias envolvidas no acidente.