Justiça do RJ pede investigação de racismo de advogado contra juíza: 'Resquícios de senzala'

Helenice Martins recebeu petição que questiona decisões dela com frases com cunho discriminatório

Da redação com Maria Eduarda Vieira

Justiça do RJ pede investigação de racismo de advogado contra juíza: 'Resquícios de senzala'
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Reprodução/Pixabay

O Tribunal da Justiça do Rio de Janeiro pede ao Ministério Público e à OAB-RJ a apuração rigorosa do caso de uma juíza que teria sido vítima de racismo por um advogado. 

Helenice Rangel Gonzaga Martins é juíza titular da 3ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ela recebeu uma petição do advogado José Francisco Barbosa Abud que a chama de "afrodescendente com resquícios de senzala".

No documento, o defensor ainda sugere que a decisão da juíza seria influenciada por "memória celular dos açoites". Além disso, a petição afirma que decisões sobre o processo eram proferidas por "bonecas admoestadas das filhas das Sinhás das casas de engenho". 

Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro repudiou as manifestações contra a magistrada. “As declarações proferidas pelo advogado José Francisco Abud são incompatíveis com o respeito exigido nas relações institucionais e configuram evidente violação aos princípios éticos e legais que regem a atividade jurídica”, diz a nota. 

Para o TJRJ, tal comportamento, além de atingir a honra pessoal e profissional da magistrada, “representa uma grave afronta à dignidade humana e ao exercício democrático da função jurisdicional”.

“Reitera-se o compromisso permanente contra qualquer forma de discriminação ou preconceito, sobretudo o racismo, prática criminosa que deve ser amplamente repudiada e combatida por toda a sociedade”, completa a nota.

A reportagem da Rádio BandNews FM tenta contato com o advogado José Francisco Abud.

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