A Justiça do Rio determinou na noite desta quinta-feira (21) que todas as escolas de samba dos grupos de Acesso, Especial e Mirins façam a escolta dos carros alegóricos até os barracões. A decisão do juiz da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, Sandro Pitthan Espíndola, atende um pedido do Ministério Público.
Raquel Antunes da Silva segue internada em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar e respira com o auxílio de aparelhos. A menina se desvencilhou da família e subiu em um carro alegórico que estava na Rua Frei Caneca, na dispersão do desfile da Em Cima da Hora. O veículo começou a se movimentar e a menina ficou com as pernas prensadas em um poste de energia.
A Polícia Civil fez uma perícia no local do acidente e um inquérito foi aberto para apurar a falta de segurança no entorno do sambódromo. O Ministério Público estadual afirma que o desfile violou as normas de segurança que foram determinadas pela Justiça.
De acordo com o MP, recomendações foram enviadas aos organizadores com antecedência. O documento foi enviado às ligas responsáveis pelo evento, prefeitura e Polícia Militar.
REGULARIZAÇÃO DOS CARROS ALEGÓRICOS
Segundo o Corpo de Bombeiros, no dia 12 de abril um ofício foi enviado a Liga Independente das Escolas de Samba informando que nenhuma das agreciações dos grupos que desfilam na Sapucaí e na Intendente Magalhães haviam protocolado requerimento de regularização dos carros alegóricos.
No dia 18, no entanto, um novo documento foi emitido sobre as escolas que haviam entrado com a solicitação. De acordo com a corporação, quando o processo não é concluído, a Liesa e a Liga-RJ assumem ao lado das agremaições os riscos de possíveis acidentes.
Não foi informado se a Em Cima da Hora entrou com o pedido de regularização.
Antes das apresentações do segundo dia de desfiles das escolas da Série Ouro nesta quinta (21), uma nota da Liga RJ, da Em Cima da Hora e da Liesa foi reproduzida na Sambódromo.
Em nota, as duas ligas de Escolas de Samba do Rio, a Liesa e a Lierj, se solidarizaram com a família de Raquel e disseram que estão abaladas com o caso, mas ressaltaram que estão colaborando com as investigações e que o episódio ocorreu do lado de fora do Sambódromo.