Junho começa com conta de luz mais cara e risco para geração de energia

Aneel autorizou implantação da bandeira vermelha para operação das térmicas, período de seca preocupa autoridades

BandNews FM

Bandeira Vermelha no patamar 2 impacta no bolso e começa a valer agora em junho
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mês de junho começa com a conta de luz ainda mais pressionada pelo acionamento, a partir desta terça-feira (1º), da bandeira vermelha de patamar 2 nas tarifas de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica aponta que o mês de maio, o primeiro do período de seca que persiste até outubro, registrou condições hidrológicas desfavoráveis e os reservatórios estão abaixo do patamar de anos anterior para o período.

A cobrança extra na conta de luz vai custar R$ 6,243 por cada 100kWh consumidos. Levando em conta o consumo médio de uma residência de baixa renda, de até 159kWh, o incremento da conta de luz será de R$ 9,36. A cobrança extra serve para pagar o acionamento das usinas térmicas, que são mais caras.

A conta de luz já tem pressionado o índice de inflação oficial do país, que pode bater os 8% com a bandeira vermelha. Nos últimos 12 meses, o IPCA já observa uma alta de 5,3% no valor da conta de luz.

A matriz energética brasileira é majoritariamente abastecida por usinas hidrelétricas, que utilizam a força da água para movimentar as turbinas de produção de energia. Essa modalidade exige grandes reservatórios de água. Conforme a necessidade, a água vai sendo liberada, gerando energia.

Com os níveis críticos nos reservatórios, a produção de energia é menor, o que demanda o acionamento de termoelétricas, movidas a gás natural, carvão ou diesel, que usam o calor pra movimentar terminar e gerar energia. Por haver a necessidade de gastos com combustível, a produção da energia é mais cara. É esse valor extra para a produção da energia que é repassado com o aumento na conta.

CRISE HÍDRICA

A seca nos reservatórios preocupa o governo, já que os especialistas já falam na possibilidade de um racionamento de energia em detrimento da falta de estrutura para aumentar a produção de energia elétrica em curto prazo.

Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico emitiu pela primeira vez um alerta de “risco hídrico” até setembro para a bacia do Paraná, que afeta as regiões Sudeste e Centro-Oeste, é justamente a área que contra os maiores reservatórios e usinas hidroelétricas do Brasil.

O alerta partiu também do Serviço Nacional de Meteorologia, que não vê sinais de melhora na estiagem até setembro, período tradicionalmente menos chuvoso na região.

O decreto do “risco hídrico” será avaliado pela Agência Nacional de Águas, que pode diminuir a vazão de água nos rios para reter água nos reservatórios para produção de energia. A medida é controversa porque pode prejudicar a navegação com a redução do volume de água nos rios e pode atingir a agricultura, que depende da água em lavouras irrigadas e para matar a sede do gado.

A possibilidade de alteração na vazão d’água preocupa o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que publicou uma mensagem na internet contra a reserva de água para a produção de energia elétrica.

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FALTA PLANEJAMENTO

A reserva d’água para a produção de energia indica um sistema no limite e dependente do clima na matriz energética. Nos últimos dias, especialistas apontaram que o Brasil para de investir para ampliar a produção e reduzir a dependência da água.

As energias eólicas e solar, vistas como alternativas viáveis não ficaram refém da ação da natureza, uma vez que não a área de insolação no Brasil é grande e os ventos são constantes.

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