Juliana Rosa: Taxa de desemprego caiu, mas população não vê melhora na economia

Colunista destaca que aumento da proteção social explica queda no número de desocupados e desalentados, ou seja, parcela dos brasileiros que pararam de procurar emprego

BandNews FM

A colunista Juliana Rosa participou do Jornal BandNews FM desta sexta-feira (28) e destacou a queda no número de desemprego no país nos últimos três meses e seus impactos na economia.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que 8% da população encontra-se desocupada, ou seja, sem emprego.

O número representa uma queda de 0,8% em relação ao primeiro trimestre do ano e um recuo de 1,3% se comparado ao mesmo período do ano passado.

Já o número de ocupados, ou seja, de pessoas que encontram-se em trabalho formal no Brasil, é de pouco mais de 98 milhões de brasileiros.

Contudo, Juliana pontuou que houve um movimento particular no mercado de trabalho após a pandemia do novo coronavírus.

Uma parcela da população precisou se afastar das atividades profissionais e, desde o fim das restrições sociais, ainda não voltou a procurar por um emprego.

"Essa questão está sendo acompanhada muito de perto por economistas e até pelo próprio Banco Central, porque há um fenômeno esquisito. As pessoas não veem que há uma melhora, de fato, das condições de vida."

Quando voltou a ter condições de trabalhar, esse grupo permaneceu fora do mercado de trabalho. Contudo, houve uma queda no número de desocupados - que não trabalham, no momento - e também houve retração no número de desalentados - que pararam de procurar emprego.

Possíveis explicações

O que pode justificar essa questão é o aumento na proteção social oferecida pelo governo federal, já que uma pessoa preferiria permanecer com sua assistência ao trocá-la por um emprego de salário equivalente.

Portanto, Rosa explica que, caso todos que perderam emprego na pandemia voltassem a procurá-lo, a taxa de desocupados deveria sair de 8% e ir para, aproximadamente, 11%.