O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (11) que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - dado oficial referente a inflação - registrou uma deflação de 0,08% no mês de junho. Trata-se da menor variação para o mês desde 2017. Na avaliação da jornalista Juliana Rosa, da BandNews FM, os resultados balizam uma diminuição da taxa Selic pelo Banco Central.
A queda de juros [pelo Banco Central] é esperada para o mês que vem. A dúvida é se o corte será de 0,25% ou de meio ponto percentual. Com a Selic em 13,75%, poderia cair para 13,50% ou 13,25% a depender do tamanho da informação que se tem em relação ao andamento da inflação.
De acordo com a analista, a inflação deverá sair da casa dos 3% em que se encontra atualmente - com acumulado em 12 meses em 3,16% - para fechar o ano próximo dos 5%. Isso porque os índices inflacionários passarão a ser influenciados pelo período, no ano passado, em que houve a aprovação de uma diminuição no ICMS para baratear combustíveis, transportes e o setor de comunicação.
Os dados [da inflação], de fato, tem vindo bons. Tanto que as expectativas vem cedendo. O Boletim Focus já passou a prever uma inflação abaixo de 5%, em 4,95% para esse ano e 3,92% para o próximo ano. É claro o processo de perda de força da inflação
No entendimento da especialista, os principais destaques foram os seguintes setores: automóveis, pelo plano do governo que diminuiu preços de automóveis; alimentação, com recorde na produção do setor agrícola; e transportes, com preços dos combustíveis.
Pressão do governo Lula
Após a divulgação dos resultados econômicos na manhã desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a pressionar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que a taxa de juros no país diminua. Em participação na sua live semanal, o mandatário disse que não há explicações para manter a taxa de juros no atual patamar e chamou Campos Neto de "teimoso".