Juliana Rosa: Governo pode fechar o ano com inflação dentro da meta

Deflação de 0,07% em julho marcou o primeiro resultado negativo dos índices inflacionários em nove meses

BandNews FM

Nesta terça-feira (30) foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), um indicador importante de inflação no Brasil. O indicativo mostrou uma deflação de 0,07% em relação ao mês anterior, ou seja, em julho. Trata-se da primeira vez que há um crescimento negativo em nove meses de desempenho positivo da inflação.

De acordo com a analista Juliana Rosa, embora o consumo brasileiro tenha diminuído significativamente, a inflação ainda demora a cair, pois muitos preços ainda são reajustados com base na inflação do ano anterior. Outro fator que contribui para a lenta redução da inflação são os custos fixos como aluguel, energia e salários, que não são rapidamente reajustados.

"Inflação segue perdendo fôlego no Brasil. O que vemos aqui é uma deflação pontual, não há piora repentina da economia. Temos uma economia muito indexada, você não ajusta rapidamente um contrato de aluguel ou custo de energia."

No entanto, há motivos para comemorar. Segundo a especialista, a queda nos preços dos carros foi pontual, mas suficiente para reduzir valores dos automóveis novos e usados. Além disso, a safra agrícola brasileira vai bem, o que resultou em uma maior oferta de alimentos e preços mais baixos para itens como feijão - com 10% de queda -, óleo de soja - com 6% de queda - e leite.

Expectativa de queda nos juros

Desta forma, com a inflação abaixo de 3% nos últimos 12 meses - com 3,19% -, há chances da inflação fechar o ano abaixo do teto da meta. Assim, entende-se que existe um espaço para corte substancial na taxa de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano.