Após uma leve queda, o dólar voltou a subir ao longo da tarde desta quinta-feira (12) mesmo depois o aumento da taxa básica de juros. Nesta quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. A colunista Juliana Rosa, da BandNews FM, repercutiu os motivos por trás da alta nesta sexta-feira (13).
O dólar chegou a R$ 5,86 ao longo desta quinta, mas a queda não se sustentou por muito tempo. No fim do dia, a moeda fechou em R$ 6.
"O que vemos é que uma andorinha só não faz verão. O Banco Central dá um tratamento de choque e aumenta o juro 1 ponto percentual, avisa que está se planejando para fazer mais dois aumentos que vai somar mais dois pontos até março. Então, o juro vai para 14,25% em março, mas ainda assim não é suficiente para puxar o dólar pra baixo. Acende um sinal de alerta e o que parece é que estamos vivendo uma situação disfuncional", analisou Juliana Rosa.
Segundo analistas, o que prevaleceu ao longo da quinta foi a insegurança com a situação fiscal do país diante do impasse na votação do pacote de corte de gastos.
"A sensação que se tem é que todos estão ali pensando em si, nos seus interesses, e os interesses coletivos ficam em segundo plano", disse a comentarista.
Os desdobramentos e as mudanças no texto da reforma tributária, que tramita no Congresso, também influenciaram a alta do dólar, segundo Juliana Rosa. "Quanto mais exceção, mais quem não tem exceção paga mais caro. É como você sair com dez amigos para jantar e só dois pagarem a conta".
O Senado alterou o texto que regulamenta a reforma tributária nesta quinta. As bebidas açucaradas saíram da lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo, o chamado "imposto do pecado", criado para desestimular o consumo de itens que façam mal à saúde e ao meio ambiente. Também foram poupadas as armas e munições. Agora, o projeto volta à Câmara dos Deputados para apreciação.