Apesar do governo ter dado indícios que vai seguir com medidas de ajustes de déficit, o mercado financeiro segue cético com o compromisso do Planalto em controlar os gastos, é o que aponta a colunista da BandNews FM Juliana Rosa.
“Conversando com o pessoal do mercado financeiro, com o empresariado, a sensação é de que não foi de uma hora para outra. O governo já assumiu com um pacote muito forte de gasto público que já era mais que o dobro do considerado necessário para poder implementar todas as promessas de campanha. Então começou já com um déficit muito grande e ao longo do tempo, e criaram uma regra que acabou sendo mudada no meio do caminho a meta”, disse a Juliana.
Em 2024, o dólar fechou em R$ 6,24, uma alta de 27% em comparação com o visto em janeiro. O crescimento é o maior desde 2020, ano da pandemia. A disparada teve como gatilho a desconfiança dos investidores na capacidade do governo em controlar o déficit público.
Diante da alta da moeda norte-americana, o governo negociou com o Congresso a aprovação de um pacote de corte de gastos, aprovado na última semana do ano. Apesar disso, a medida pouco fez para conter o aumento do dólar.
“O pacote foi um pacote que decepcionou, foi muito pequeno diante da necessidade do corte de gastos. E para piorar, que foi o estopim desse mau-humor todo, a questão da inclusão do Imposto de Renda dentro do pacote, trazendo uma mensagem que ele estavam com baixa disposição de fazer mudanças estruturais de gastos e olhando já para 2026. Trazer uma mensagem já voltada para é uma preocupação eleitoral”, completou Juliana Rosa.