A maneira como a CBF definiu o técnico da seleção brasileira, ao menos por um ano, ainda divide opiniões. Fernando Diniz, treinador do Fluminense, foi anunciado como interino, enquanto o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, espera confirmar o sonho chamado “Carlo Ancelotti”. Neste período, Diniz dividirá as funções entre o cargo no Brasil e no clube carioca.
Mas o tempo curto de trabalho durante as datas FIFA é visto pelo treinador Jair Ventura como o grande desafio do companheiro de profissão à frente da seleção.
“Ele fez o futebol mais vistoso do futebol brasileiro no início do ano com o título do Campeonato Carioca sendo que ele tem uma maneira muito particular de jogar. E essa maneira que é muito particular ao mesmo tempo requer muitos treinos e a seleção não te dá isso. De você ter o dia a dia, trazer os jogadores e absorver a sua ideia. Tem que ser uma coisa muito rápida. Eu acho que isso pode ser um dificultador para ele, apesar de ser um grande treinador. Pelo modelo de jogo, não pelo profissional”, afirmou Jair Ventura durante a participação no BandNews na Área desta sexta-feira (7).
Para o treinador com passagens por Botafogo, Santos e Corinthians ainda há um outro problema na forma como a CBF deu sequência ao projeto para a Copa de 2026: “Depois chega um outro treinador que, de repente, não acredita em nada daquilo. E essa mudança não é benéfica neste momento. Mas como você vai dizer não para uma seleção brasileira? Na carreira agora vai ter o carimbo da seleção. A gente torce para fazer um grande trabalho, mas que não seria o ideal, principalmente você conciliar, acho que vai ter dificuldade, uma hora terá conflito nisso, acho que vai ser bem difícil para ele. Eu, como treinador, vivo 100% o clube, acaba meu jogo já tenho que ir para casa pensando no próximo e ele vai ter que fazer isso em dobro."
A espera pelo italiano Carlo Ancelotti, atual técnico do Real Madrid, também é algo que desagrada Jair Ventura. O treinador, livre no mercado desde a saída do Goiás, em novembro de 2022, coloca um ponto de interrogação sobre o processo: “Se fosse para chegar um estrangeiro na seleção, que fosse um Pep (Guardiola), um Klopp, o Ancelotti é um treinador top também. Tenho dúvida como o processo foi feito, pegando um trabalho no meio… É um bom nome, mas não seria o ideal, não seria dessa maneira. Mas vamos torcer para que possa dar certo. O Ancelotti é um treinador extremamente adaptável ao lugar que ele chega, não é o treinador que faz uma coisa só, um modelo único de jogo.”
Jair Ventura também falou sobre o atual momento do Botafogo, a chegada de Bruno Lage para substituir Luis Castro e muito mais! Confira na íntegra a entrevista ao BandNews na Área.
