Irmã de Marielle Franco comenta pedido de perdão de Ronnie Lessa: 'Não cabe à gente perdoar'

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, afirmou para a imprensa que família espera por Justiça

Da redação

Irmã de Marielle Franco comenta pedido de perdão de Ronnie Lessa: 'Não cabe à gente perdoar'
Anielle e Marielle Franco
Reprodução

Anielle Franco afirmou que a família não tem o dever de perdoar os envolvidos na morte da irmã, Marielle Franco. A atual ministra da Igualdade Racial conversou nesta quinta-feira (31) com a imprensa ao chegar no segundo dia do júri dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz

Para Anielle, o arrependimento de Ronnie Lessa é válido, mas a família espera Justiça. Na quarta-feira (30), Lessa afirmou que está arrependido do crime e que espera perdão da família da vereadora e do motorista Anderson Gomes, mortos em 2018. 

"Sou uma mulher ensinada a ser cristã desde o início. Acho que não sou eu quem tem que perdoar ele, ele tem que ser perdoado por qualquer religião que ele tenha. Acho que todos podem se arrepender, somos seres humanos, mas o que a gente precisava era que minha irmã estivesse aqui", afirmou Anielle. 

Anielle afirma que não cabe a família aceitar perdoar. "Ele vai pagar pelo o que fez, sendo réu confesso e a gente espera por Justiça", concluiu. 

O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro retoma nesta quinta-feira (31) o segundo dia de julgamento dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O primeiro dia durou mais de 13 horas e teve depoimentos dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. 

A acusação e as defesas de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão fazer as alegações finais. Os réus respondem por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e recepção e podem pegar pena máxima de 84 anos de prisão cada um.

A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.
 

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