Investigação revela ligação da milícia com assassinato de Marielle Franco

Em delação premiada, ex-policial militar Élcio Queiroz confessa participação no crime e revela nome de duas pessoas envolvidas na morte da ex-vereadora do Rio

BandNews FM

O ex-policial militar Élcio Queiroz confessou em delação premiada sua participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Segundo o repórter Pedro Dobal, a informação foi divulgada há pouco em entrevista coletiva pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB).  

De acordo com o chefe da pasta ministerial, Élcio confirmou a participação dele e de outras duas pessoas no crime: Ronnie Lessa, o policial reformado; e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel.

Pedro Dobal revelou que provas atrelam forte vínculo dos assassinatos de Marielle à milícia.

Durante uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro, Suel foi encontrado em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, na zona Oeste do Rio, onde cumpria prisão domiciliar desde janeiro deste ano. O homem é acusado de participar da preparação da execução e também do acompanhamento da rotina da vereadora.  

Antes do assassinato do ex-militar, já tinha sido condenado a quatro anos de prisão em 2021 por obstrução de justiça, ao ter atrapalhado as investigações do caso na participação do sumiço das armas utilizadas no crime.

Nesta segunda, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo que o irmão de Ronnie Lessa, Denis Lessa, estava entre os alvos. Ele foi conduzido à superintendência da Polícia Federal, na zona portuária do Rio, para prestar esclarecimentos.

Pelas redes sociais, a ministra da igualdade racial, Aniele Franco - irmã de Marielle Franco -, se manifestou e disse confiar na investigação conduzida pela Polícia Federal.