Intermediário da vacina confirma pedido de propina em jantar

Luiz Paulo Dominiguetti Pereira afirmou que esteve por três vezes no Ministério da Saúde negociando vacinas.

Rádio BandNews FM

Intermediário da vacina confirma pedido de propina em jantar
TV Senado

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, homem que denunciou um suposto pedido de propina para a venda de vacinas ao Ministério da Saúde, afirmou à CPI da Pandemia que o pedido de 1 dólar adicional por dose foi feito exclusivamente pelo ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. O intermediário da empresa Davati presta depoimento nesta quinta-feira (01).

Luiz Paulo Dominguetti Pereira confirmou que Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, solicitou a "majoração" de US$ 1 por dose. A proposta inicial da Davati, segundo Dominguetti, era de US$ 3,5 por unidade, mas o acordo não foi fechado. Seriam 400 milhões de doses: "O pedido dessa majoração foi exclusivamente do senhor Roberto Dias", apontou o depoente.

Dominguetti disse que Dias pôs o entrave que se não majorasse a vacina, não teria acordo por parte do ministério. Ele dispensou os 15 minutos iniciais de fala e foi questionado pelo relator, senador Renan Calheiros.

Luiz Paulo Dominguetti descreveu à CPI da Pandemia como foi o jantar em que ocorreu o suposto pedido de propina e afirma que ficou contrariado. Ao final do encontro, que ocorreu em fevereiro, ele afirmou que foi pedido para que ele apresentasse uma nova proposta no dia seguinte. Segundo ele, Dias pagou o jantar em dinheiro.

O cabo da Polícia Militar, que afirmou trabalhar no ramo de insumo para a complementação de renda.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros também perguntou quais as funções de Dominguetti no processo de compra com o Ministério da Saúde. Ele respondeu que tinha o consentimento do representante da Davati no Brasil para negociar as vacinas e que teve três reuniões no Ministério da Saúde. Questionado se tinha um documento para confirmar a representação da empresa, Dominguetti falou que era um acordo de cavalheiro e apenas em abril recebeu um documento como representante formal da empresa.

Dominguetti também afirmou que esteve no Ministério da Saúde três vezes, com três pessoas da pasta para negociar a compra dos imunizantes.

O depoente não soube responder de onde viria o lucro da Davati, já que o valor de US$ é muito próximo ao valor da dose originalmente vendida pela AstraZeneca.

Dominguetti afirmou que parlamentares tentaram negociar a busca por vacinas diretamente com a Davati. Entre eles, o deputado federal Luis Miranda, que já depôs na CPI e que teria procurado o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar a aquisição de compra de vacinas.

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