A inflação desacelera e fecha o mês de março com alta de 0,16%. O repique é menor do que o registrado no mês imediatamente anterior.
Com isso, neste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo o dado divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (10), dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta em março. A maior delas foi de Alimentação e Bebidas.
Alguns produtos alimentícios tracionam o desempenho geral do grupo em março. Os destaques foram a banana prata, a cebola e o tomate, por uma menor oferta desses produtos.
O gerente do IPCA, André Almeida atribui o crescimento à sazonalidade.
“Historicamente, nos meses de verão, há maior índices de chuvas e temperaturas mais altas. Isso acaba afetando os alimentos. A medida que as temperaturas e índice pluviométrico se normalizam, há uma redução na inflação de alimentos", afirma.
Por outro lado, o gerente do IPCA afirma que não há como traçar um comportamento dos alimentos para as próximas divulgações, que depende dos efeitos El Niño sobre as safras.
Também registrou alta o grupo Saúde e cuidados pessoais: de 0,43%. O aumento dos preços foi puxado pela subida do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%).
Após a Semana do Cinema, com ingressos a R$ 12 pelo país, derrubar a inflação do setor em fevereiro, o cinema impactou a alta do grupo de Despesas pessoais no mês de março, que acelerou e ficou em 0,33%.
No lado das quedas, o grupo Transportes inverteu o sinal e passou da alta de 0,72% em fevereiro para baixa de 0,33% em março. O IBGE atribui o cenário à influência da passagem aérea e ao crescimento tímido da gasolina.
Nesta terça-feira (9), dados divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central mostraram aumento na expectativa dos analistas para o IPCA deste ano. Eles acreditam que a inflação deve fechar 2024 em 3,76%.
A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, destaca o ceticismo do Banco Central quanto ao setor de serviços.
"O Banco Central tem chamado mais a atenção para essa parte de serviços porque ela tem demorado mais para abaixar do que eles esperavam. O mercado de trabalho está aquecido e o desemprego está baixo, o que facilita o bom desempenho do consumo."
Na divulgação desta quarta-feira (16), o índice de serviços mostrou desaceleração e registrou crescimento de 0,1%. A principal alta ficou por conta da Alimentação fora do domicílio.
Já o índice de difusão, que mede o porcentual dos itens que subiram, ficou em 56%, pouco abaixo do resultado de fevereiro.