Imprensa espanhola ignora gravidade dos atos racistas contra Vini Jr.

Jornais impressos não destacam caso de domingo (21); em Valência, jornalistas criticaram postura do atacante brasileiro

BandNews FM

A imprensa espanhola não destacou nesta segunda-feira (22), e até minimizou, o mais recente ataque racista contra o atacante brasileiro Vinícius Jr. O atleta do Real Madrid foi alvo de gritos discriminatórios da torcida do Valencia, neste domingo (21). O time merengue acionou a Procuradoria-Geral da Espanha por crime de ódio contra o jogador.

Os principais jornais impressos espanhóis estamparam com maior destaque as negociações envolvendo o nome de Lionel Messi e relegaram o caso de racismo a poucas linhas no rodapé, segundo informações do correspondente da Band na Europa, Felipe Kieling.

O Marca, principal jornal esportivo e conhecido por ser “especializado” no Real Madrid, escolheu como assunto principal desta segunda-feira (22) uma manchete sobre a equipe de basquete do time.

O jornal Super Deporte, de Valência, optou por colocar o caso na capa, mas, escreveu: “Ancelotti, não minta. Vinícius, não provoque”. Fazendo referência a fala do técnico Carlo Ancelotti, que criticou os constantes ataques e disse “todo o estádio gritava macaco, macaco, macaco”. O periódico também cita o gesto do atacante de fazer o número 2 com as mãos para a torcida, um sinal à possibilidade de o time adversário cair para a segunda divisão.

O Mundo Deportivo e o Sport escolheram como assunto de capa o possível retorno de Messi à La Liga.

Em uma postagem nas redes sociais, o Valencia FC disse ter identificado dois torcedores que proferiram falas racistas contra Vinícius e vai levar à Justiça o caso. É possível que a dupla seja banida dos estádios espanhóis.

O atacante brasileiro já foi alvo de ataques discriminatórios, ao menos, outras sete vezes. Em nenhum dos casos anteriores, houve punição aos clubes.

O episódio que mais chamou atenção foi quando um boneco de Vinícius Jr. foi colocado enforcado em uma ponte de Madri, a situação segue sob investigação e ninguém foi responsabilizado.