A crise no Hospital Universitário da USP obriga a direção da unidade a fixar cartazes para informar que o tempo de espera pode superar seis horas no pronto-socorro. Pacientes em macas, praticamente amontoados à espera de um leito hospitalar, são frequentes no hospital na zona oeste de São Paulo.
Desde a maior crise da unidade, há quase um ano, as filas viraram rotina. Em julho do ano passado, a superlotação fez a direção fechar as portas do pronto-socorro adulto por cinco dias.
Pacientes já são informados do lado de fora, antes de entrar no estacionamento que a demanda no pronto-socorro pode ser superior a seis horas para casos que não são considerados graves.
Nos últimos 10 anos, o Hospital Universitário perdeu 500 funcionários e reduziu a sua capacidade de atendimento, além de passar a funcionar de maneira regulada, por meio de encaminhamento de pacientes de pronto-socorro pré-hospitalares e Unidades Básicas de Saúde da região.
Entre 2013 e 2024, o Hospital Universitário viu sua quantidade de leitos ativos reduzir de 233 para 130, de acordo com dados do Anuário Estatístico da USP e informações da superintendência da unidade.
O hospital é o único adulto voltado para casos de média complexidade na zona oeste da capital paulista e atende cerca de cinco mil pacientes por mês, ante 17 mil em 2013. Essa baixa não se dá apenas pela falta de funcionários e leitos, mas por causa de uma reestruturação do HU.
Atualmente, o orçamento anual do Hospital Universitário é de 400 milhões de reais, sendo 30 milhões vindos do SUS e o resto da USP.
De acordo com a reitoria, como o Hospital Universitário é uma plataforma de ensino e pesquisa, não há planos de ampliar o número de leitos, pois a unidade não tem a função de abarcar todos os atendimentos da zona oeste.