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Hospitais federais têm operação afetada com falta de pessoal e obras inacabadas

Ministério da Saúde alega desmonte na gestão Bolsonaro

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Hospitais federais têm operação afetada com falta de pessoal e obras inacabadas
Agência Brasil

O Instituto Nacional do Câncer, referência no tratamento da doença em todo o país, opera com 68% de ocupação devido à falta de pessoal. O número foi constatado durante vistoria realizada pelo deputado federal e ex-secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz.

Nesta segunda-feira (17), foi encontrada ainda no INCA uma sala de radioterapia abandonada, com muito entulho, sujeira e fios caídos. O local está interditado desde outubro do ano passado esperando uma nova máquina, que nunca foi entregue.

Além da falta de recursos humanos e dos problemas estruturais, até hoje o instituto aguarda a construção de um novo edifício no terreno onde era o Hospital dos Servidores do Estado.

O prédio foi demolido para a criação de um centro de pesquisa e ambulatorial, mas o terreno está abandonado e a obra parada desde 2012. Na época, o investimento no local seria de R$ 500 milhões. No entanto, a obra não saiu do papel.

As vistorias nas unidades da rede federal começaram no fim de semana.

No Hospital Federal do Andaraí, os membros da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle foram abordados pela filha de uma paciente que tinha morrido sem atendimento médico. Ela relatou dificuldades até para conseguir o atestado de óbito.

A unidade está ainda com a obra da cozinha completamente parada. Segundo o ex-secretário, o custo mensal para transportar comida para a unidade é de R$ 1,5 milhão. O recurso poderia ser redirecionado para o término da obra.

Já no Hospital Federal da Lagoa, na Zona Sul, foram encontrados 92 pacientes fantasmas, ou seja, leitos que estão vazios, mas que constam como ocupados no sistema de regulação.

A comissão esteve ainda no Hospital de Servidores do Estado, onde o prédio anexo está com vazamento de água, obras inacabadas e mofo por todo o edifício. No total, mais de mil leitos foram encontrados bloqueados ou impedidos.

Procurado, o Ministério da Saúde afirma que diante da situação crítica encontrada nas unidades federais do Rio, a atual gestão abriu mais de 300 leitos e que segue trabalhando para reabrir vagas e reconstruir o complexo de saúde, que segundo a pasta, foi desmontado na gestão passada. O órgão disse que enfrenta uma situação crítica de déficit de profissionais, leitos e desassistência nas unidades.