Homem asfixiado por policiais “terá justiça, mas sem exageros”, diz Bolsonaro

Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante abordagem policial na última quarta-feira (25)

Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), no Recife Foto: Reprodução
Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), no Recife
Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), que o caso de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto asfixiado dentro de um carro durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal, em Sergipe, terá justiça, mas "sem exageros".

Representantes da OAB Sergipe e da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal no estado se reuniram também nesta segunda para tratar sobre a ação policial que acabou com a morte de Genivaldo.

Na quarta-feira (25), o motociclista que sofreu a agressão e morreu, dirigia sem capacete e foi parado pelos policiais em um trecho da BR-101, na cidade de Umbaúba. Em imagens que circulam na internet, ele é algemado, imobilizado e colocado no porta malas do carro da PRF, quando um dos policiais coloca uma bomba de gás no fundo do veículo e fecha a porta, com as pernas do homem para fora. O ministro da Justiça Anderson Torres voltou a afirmar que o caso será investigado com a máxima celeridade possível.

Responsável pelas investigações ao lado do Ministério Público Federal, a Policia Federal realizou no sábado (28) uma perícia no local em que a vítima foi morta. No mesmo dia, em vídeo publicado a PRF admitiu que a ação foi inadequada e confirmou que eles foram afastados das atividades. Em uma primeira nota divulgada na quinta-feira (26), o órgão havia informado que os agentes usaram “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo”.

Segundo a PF, além da perícia no local do ocorrido e na viatura da PRF, estão sendo identificadas testemunhas e a coleta de material sobre o caso. O laudo final deve ser apresentado em um mês. Na sexta (27), o escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) para a América do Sul, cobrou das autoridades brasileiras celeridade na investigação do caso.

A defesa da família da vítima afirma que os registros feitos pelas testemunhas são provas incontestáveis e, por isso, os envolvidos na abordagem deveriam ser processados por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

É trabalhada ainda a possibilidade de enquadramento do crime como tortura com resultado em morte. A família de Genivaldo diz que ele tomava medicamentos havia 20 anos para tratar a esquizofrenia. Ele era casado e deixou um filho de sete anos.