Com mais de 99% dos votos apurados, a Itália deve ter pela primeira vez uma mulher no comando do país. A aliança de partidos de extrema-direita conquistou 43,8% das cadeiras na Câmara e 44% dos votos ao Senado.
O Irmãos da Itália, legenda de Giorgia Meloni, sai fortalecido ao conquistar 26% das preferências de italianos. No pleito de 2018, o grupo pós-fascista e nacionalista obteve menos de 5% dos votos.
Ela tem um discurso islamofóbico, anti-imigração e disse ser fá de Benito Mussolini.
Também compõem a aliança radical a Liga, de Matteo Salvini, ex-vice-primeiro-ministro italiano, e o Forza Itália, de Silvio Berlusconi, ex-líder italiano e afastado do cargo por denúncia de corrupção.
Na Europa, a ascensão de Meloni acende o sinal de alerta. A guinada ao extremo pode afastar a terceira maior economia da União Europeia dos planos centrais do bloco de 27 países.
Autoridades francesas já afirmaram preocupação com os direitos humanos a partir de agora.
A eleição legislativa italiana estava prevista inicialmente para 2023, mas foi adiantada com a renúncia de Mario Draghi. O ex-presidente do Banco Central Europeu perdeu o apoio do Movimento Cinco Estrelas, que dava sustentação para o governo. Considerado um partido de centro, a legenda de Giuseppe Conte obteve 15% dos votos.
Os partidos de esquerda, em associação, obtiveram 26% das cadeiras no Legislativo italiano.
A formação de um novo governo pode levar até 90 dias, uma vez que é preciso acordos e a distribuição de cargos.
Meloni já disse ser a favor da saída da Itália da União Europeia, mas durante a campanha moderou o discurso eurocético. O país tem um acordo bilionário de investimentos pós-pandemia com o bloco.
Nesta manhã de segunda (26), líderes de direita da Europa parabenizaram a nova primeira-ministra da Itália. Marine Le Pen, da França, e o presidente da Hungia, Viktor Orbán, afirmaram que os italianos fizeram uma escolha pelo bem do país. Orbán é acusado de práticas antidemocráticas.