A base de apoio do governo Lula se movimenta nos bastidores para que parlamentares favoráveis ao Planalto retirem assinaturas do requerimento que solicita a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, que pretende investigar os atos criminosos que ocorrem no dia 8 de janeiro em Brasília.

O requerimento protocolado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil) já ultrapassou o número mínimo necessário para a instalação da CPI. Entre os partidos que têm parlamentares da base do governo que assinaram o documento, está a própria legenda do presidente, o Partido dos Trabalhadores (PT), além do Partido Social Democrático (PSD) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ambos com cargos na Esplanada dos Ministérios.

O âncora Rodrigo Orengo, da BandNews FM, afirma que o receio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que a oposição utilize a comissão para atacar e desgastar a imagem do novo governo. Além disso, a instalação da CPI pode atrasar algumas pautas prioritárias, como a reforma tributária e a nova âncora fiscal.

Soraya Thronicke já anunciou que pretende acionar o Supremo Tribunal Federal caso o senador Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado Federal, não leia o texto apresentado para a abertura da comissão e não inicie os trabalhos.

Lula enfrenta ainda desentendimento dentro do próprio partido com o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), que assinou o requerimento da CPI.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada no domingo (12), o presidente do Senado disse que não pretende trabalhar contra a comissão, embora tenha a resistência do governo.