"Governo nunca está seguro", diz Lula sobre indicações atuais da Abin

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Brasília contra Carlos Bolsonaro nesta 2ª (29)

Rádio BandNews FM

"Governo nunca está seguro", diz Lula sobre indicações atuais da Abin
Lula comenta sobre atual composição da Abin
Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (30), que o “governo nunca está seguro” com as indicações do primeiro escalão de entidades como a Agência Brasileira de Inteligência. 

"A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa] foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin”, disse o chefe do Executivo em entrevista à CBN Recife e a rádios do Nordeste.

A Polícia Federal vai analisar os três notebooks, 11 computadores e quatro celulares apreendidos na operação que investiga o uso ilegal da Abin no governo Jair Bolsonaro.

Nesta segunda-feira (29), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Brasília contra o “filho 02” do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, suspeito de ser o idealizador da chamada “Abin Paralela’.

A suspeita é que assessores e o próprio vereador pediram informações sigilosas ao ex-diretor da agência e atual deputado pelo PL, Alexandre Ramagem, também alvo da operação “Vigilância Aproximada”.

Em uma das conversas, Luciana Paula Garcia – assessora de Carlos Bolsonaro – chega a enviar uma mensagem pelo WhatsApp para pedir ajuda e ter acesso a dois inquéritos ligados à família Bolsonaro.

Depois da operação, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a investigação da PF é como “pescar numa piscina” e “nada será encontrado”.

Em Brasília, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, disse que vai ao Supremo Tribunal Federal para ter acesso aos nomes de todos os parlamentares alvos da espionagem ilegal na Abin.

Os deputados e senadores, assim como outras autoridades, teriam sido monitorados por meio do programa de geolocalização da Agência Brasileira de Inteligência, o First Mile.

De acordo com Rodrigo Pacheco, o envio da lista pelo STF é necessário “dada a gravidade dos fatos”.