O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), guerrilha que atua no país, anunciaram nesta sexta-feira (9) um cessar-fogo de seis meses. O acordo, que entra em vigor no dia 3 de agosto, foi fechado em Cuba.
A cerimônia contou com a presença do presidente colombiano, Gustavo Petro, e de Antonio García, um dos comandantes do grupo armado. O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, que mediou as negociações, disse que os preparativos para a trégua devem começar imediatamente: "O cessar-fogo tem objetivos humanitários. O acordo visa reduzir a intensidade do conflito para que haja na Colômbia um clima melhor, além de uma maior participação da sociedade na construção da paz".
Esse foi o terceiro ciclo de negociações para o fim dos conflitos no país.
O cessar-fogo representa uma vitória política para Petro, que defende o conceito de "paz total" para diminuir a violência na Colômbia, mas que tem sofrido com a falta de apoio no Congresso. Em abril, o presidente anunciou uma reformulação na equipe ministerial após pedir a renúncia de todo o gabinete de governo devido a dificuldades que enfrenta para aprovar propostas de reformas.
Gustavo Petro é o primeiro presidente de esquerda do país e o responsável por reativar os contatos com o ELN. As negociações entre as partes haviam sido suspensas pelo ex-presidente Iván Duque em 2019 após um ataque contra uma escola da polícia que deixou 22 mortos, além do agressor.
Em 31 de dezembro passado, Petro também havia anunciado um cessar-fogo com os cinco principais grupos armados do país, incluindo o ELN. Dias depois, no entanto, lideranças da guerrilha negaram que a trégua havia sido firmada e disseram que a medida era unilateral.
Considerada a última guerrilha em atividade na Colômbia, o Exército de Libertação Nacional nasceu nos anos 1960 e se atua através de sequestros, extorsões e participação no narcotráfico. A guerrilha ganhou ainda mais força após o acordo entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).