A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, determinou nesta segunda-feira (9) que o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (IPHAN) avalie e informe o tamanho da destruição nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, todos tombados pelo órgão.
Segundo ela, o patrimônio material e imaterial do Brasil foi "barbaramente atacado" e, em parte, "destruído".
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Veja fotos dos danos provocados pela invasão em Brasília 1/10
Desde os ataques de domingo, os três prédios passam por perícia, mas só o Palácio do Planalto divulgou um balanço do estrago:
No térreo, a pintura "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995, que serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar. A Galeria dos ex-presidentes ficou totalmente destruída e todas as fotografias foram retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No 2º andar, o corredor que dá acesso às salas dos ministérios foi, nas palavras da Secretaria de Comunicação do Palácio, "brutalmente vandalizado". Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente as fotografias, e o estado de muitas dessas obras ainda não pôde ser avaliado.
No 3º andar, a obra "As mulatas", de Di Cavalcanti, principal peça do Salão Nobre do Palácio, foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. O valor da tela é estimado em R$ 8 milhões, mas peças assim podem custar até cinco vezes mais em leilões.
A escultura de bronze "O Flautista", de Bruno Jorge, avaliada em R$ 250 mil reais foi completamente destruída. A escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg foi quebrada em diversos pontos: a peça é estimada em R$ 300 mil reais.
A mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck, que fica exposta no salão, foi usada como barricada pelos terroristas e a avaliação do estado geral dela ainda será feita, assim como a mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues, móvel que abriga as informações do presidente em exercício e que foi quebrada.
O Relógio de Balthazar Martinot, do Século DEZESSETE, presente da Corte Francesa para Dom João VI foi completamente destruído. Só existem duas peças desse relógio no mundo: a outra está exposta no Palácio de Versailles.
Segundo o Curador dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, é possível recuperar a maior parte das obras, mas ele avalia que o relógio é "muito díficil" de se restaurar.
Os danos no Congresso, que teve obras furtadas e vandalizadas, e no STF, onde o plenário foi completamente destruído ainda estão sendo contabilizados.
O Tribunal de Contas da União também fará um levantamento dos prejuízos.