Cinco mandados de prisão temporária são cumpridos e um segue em aberto durante as ações da quarta fase da Operação Sangria da Polícia Federal, que investiga irregularidades com dinheiro público durante a pandemia em Manaus.
Um dos alvos, o secretário de saúde do Amazonas, Marcelus Campelo, ainda não foi encontrado.
A Policia Federal confirmou que durante o cumprimento de um mandado de prisão, o empresário Nilton Lins Junior, dono de um hospital alugado pelo governo do Amazonas, recebeu os agentes federais a tiros. Ninguém ficou ferido, a PF fez uma perícia e um inquérito será instaurado.
A assessoria do empresário Nilton Lins Junior confirmou que o empresário disparou durante a chegada dos agentes federais, mas disse que ele fez isso por pensar que poderia se tratar de um assalto, já que recentemente passou por situação parecida. O empresário negou ter se abrigado no consulado da Suécia em Manaus e disse que permaneceu em casa. O consulado também divulgou nota negando ter recebido o empresário.
Ainda sobre a operação, os dados das apreensões estão sendo contabilizados e pelo menos 13 carros de luxo foram retidos nas residências dos alvos.
As investigações concluíram que fraudes licitatórias em três contratos da área da saúde foram realizadas pelos envolvidos.
Em um dos contratos, mais de dois milhões em prejuízos foram identificados em uma empresa de lavanderia hospitalar que não estava prestando o serviço necessário. O contrato dessa empresa foi firmado em janeiro de 2021 pelo Governo do Amazonas.
Segundo as investigações, há indícios de que os funcionários da Secretaria de Saúde do Amazonas realizaram essa contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais.
O governador Wilson Lima nega as acusações e diz que está à disposição da justiça.
REPERCUSSÃO E DESDOBRAMENTOS
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o julgamento para decidir se aceitaria a denúncia da Procuradoria Geral da República e afastava o governador Wilson Lima do cargo. O julgamento seria nesta quarta (2), mas o processo foi retirado da pauta.
A nova data marcada é o dia 28 de junho.
O governador e mais 16 pessoas foram denunciadas por fraudes na compra de respiradores.
Lima está entre os governadores convocados para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, e esclarecer a aplicação de recursos federais repassados para o combate à Covid-19.