O Itamaraty e o presidente Lula iniciam a semana atentos aos movimentos na Venezuela depois do exílio político do oposicionista Edmundo González. O candidato da oposição contra Nicolás Maduro desembarcou na Espanha após ser ameaçado de prisão pelo regime. Ele passou semanas na entre a embaixada holandesa e espanhola em Caracas e recebeu anuência do governo venezuelano para deixar o país.
Em um áudio divulgado ao chegar na Espanha, González, de 75 anos, disse que sofreu pressão e coação para deixar a Venezuela. Com um mandado de prisão em aberto, o oposicionista disse que continuará lutando pela democracia venezuelana.
No domingo (8), Lula se reuniu com a Secretária-Geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha. Ela ocupa a chefia interina do Ministério das Relações Exteriores enquanto o chanceler Mauro Vieira cumpre agendas no Oriente Médio e Ásia.
O Brasil foi comunicado no fim de semana de que deveria deixar a custódia da embaixada da Argentina em Caracas. O país defende os interesses argentinos desde que os diplomatas do país vizinho foram expulsos da Venezuela. Um cerco foi realizado no local e a energia foi cortada. Na noite de domingo (8), a repressão foi reduzida, mas ainda demanda atenção.
O governo brasileiro, com o apoio da Colômbia, tenta negociar uma saída para o impasse político criado na Venezuela após a declaração da reeleição de Maduro sem a apresentação das atas eleitorais. Enquanto isso, a oposição apresentou documentos que sustentariam a vitória de González.
Desde 28 de julho, data da eleição, a repressão contra quem questiona o resultado tem aumentado. Por isso, a imigração para os países ao redor tem aumentado. Em Roraima, o Exército já tem reforçado a Operação Acolhida para atender aos imigrantes que chegam no país.
O presidente Lula ainda tenta articular uma conversa com Nicolás Maduro e quer garantias democráticas para a Venezuela, mas há dificuldades na diplomacia. A Venezuela tem resistido as investidas do Brasil e tem elevado o tom contra o governo brasileiro.