Criminosos têm utilizado plataformas de anúncios de imóveis para enganar clientes. O funcionamento do golpe é feito da seguinte forma: um perfil é criado no site com informações verdadeiras de uma imobiliária registrada no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) e CNPJ ativo, o que traz mais credibilidade para o falso vendedor.
No momento do contato com o falso corretor, o cliente é informado de que há uma alta demanda para visitar o imóvel, mas que é possível adiantar essa data por meio de um contrato e com o pagamento referente a um mês de aluguel.
Uma das vítimas foi o Ricardo Zambotti; os dados dele foram usados para a criação de páginas no grupo OLX, que tem sites como Zap Imóveis e Viva Real. Ele é dono de uma imobiliária e foi surpreendido com ligações questionando o motivo da abordagem feita pelos golpistas, que se passam pelo profissional. No início ele chegou a acreditar que se tratava de um engano, mas, em cerca de um mês recebeu mais de 20 contatos do mesmo tipo.
A nossa reportagem conversou com uma pessoa, que não quis ser identificada, enganada pelos anúncios. A vítima, inclusive, enviou documentos para os criminosos. Ele desconfiou do pedido de pagamento e foi checar os dados da empresa, quando descobriu que se tratava de uma clonagem. A vítima fez boletim de ocorrência para proteger um possível vazamento dos dados.
A BandNews FM conseguiu contato com dois golpistas e ambos atuaram da mesma forma. Se passavam por empresas que existem, falavam em alta demanda e depois ofereciam o sistema de reserva, prometendo que o dinheiro poderia ser devolvido caso o local não estivesse de acordo com as imagens vistas na internet.
O tal contrato era feito com os dados de corretores e empresas como a do Ricardo, sem que os donos soubessem. Na hora do depósito, a vítima era bloqueada e perdia acesso aos criminosos.
A reportagem procurou o grupo OLX, responsável pelas plataformas de anúncios, e questionou quais eram as ações para coibir esse crime e se eles iriam reforçar o sistema de cadastro, para evitar fraudes. Em resposta, a companhia disse: “ Os portais Zap e Viva Real estão colaborando com as autoridades na apuração dos fatos e reforçam que investem constantemente no combate aos comportamentos que infringem os termos e condições de uso por meio de ferramentas de prevenção e dicas de segurança. ”
O Creci São Paulo também foi procurado e disse já estar ciente dos golpes, acrescentando que realiza diligências para notificar os responsáveis pelas plataformas.