A nova primeira-ministra da Itália conseguiu equilibrar as forças políticas do país, segundo o professor de relações internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan. Giorgia Meloni foi empossada neste sábado (22) e já apresentou os nomes dos seus ministros.
Em entrevista à BandNews FM, Leonardo Trevisan explica que figuras pró União Europeia foram colocadas em cargos importantes, caso do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores. A decisão serviu para acalmar o bloco europeu e garantir o empréstimo de mais de 200 bilhões de euros ao país.
Por outro lado, o Ministério da Infraestrutura ficou com Matteo Salvini, ex-primeiro-ministro e nome importante na construção da aliança de extrema-direita que venceu as eleições.
Meloni também buscou agradar outro componente fundamental da coalizão: Silvio Berlusconi. Ele é amigo pessoal de Vladmir Putin e chegou a presentear o presidente russo na semana passada, gerando temor de um possível posicionamento italiano favorável a Moscou na guerra na Ucrânia.
Leonardo Trevisan destaca que Giorgia Meloni vai precisar se desdobrar para manter essa balança de poderes e por consequência o governo da Itália funcionando.
Segundo o professor, os principais desafios do novo governo italiano serão frear a alta da inflação e o preço da energia, fortemente impactada pela guerra na Ucrânia.
Na questão migratória, Meloni prometeu fechar os portos do país e usar a Marinha como barreira para conter a chegada de imigrantes que arriscam a vida em travessias pelo Mar Mediterrâneo.
Giorgia Meloni substitui o ex-chefe do Banco Central Europeu Mario Draghi no comando da Itália e é a primeira mulher a assumir o cargo.