General defendeu atuação fora das 'quatro linhas da Constituição': Estamos em guerra

Mensagens mostram general da reserva e na época o 'número dois' da Secretária-Geral da Presidência como articulador do plano golpista; STF deve enviar à PGR a investigação sobre a tentativa de golpe

BandNews FM

A Procuradoria-Geral da República deverá receber nesta segunda-feira (25) o relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado impetrada por militares após as eleições presidenciais de 2022.

Divulgado na noite do último domingo (24) pela TV Globo, uma apuração da PF expôs o general da reserva e na época o 'número dois' da Secretária-Geral da Presidência, Mário Fernandes, como articulador do plano golpista.

O militar teria realizado o planejamento da ação criminal e levado uma cópia impressa ao Palácio da Alvorada em 9 de novembro de 2022, 10 dias após a vitória de Lula nas urnas.

Nos áudios revelados, Mário Fernandes defende, sem provas, num grupo de aplicativo de mensagens chamado de 'Copa 2022', que o resultado das eleições teria sido fraudado.

"Está na cara que houve fraude. Não dá mais para a gente aguentar. O que é a solução, caveira? Tu sabe que ela não vai acontecer sem quebrar ovos, sem quebrar cristais", disse o militar.

Segundo a Polícia Federal, os acampamentos em frente aos quartéis de todo o país faziam parte do plano golpista. Em outro áudio revelado pela reportagem, Fernandes fala em "inflamar as massas".

"Nem que seja para inflamar a massa, para que ela se mantenha nas ruas. O senhor me desculpa a expressão, mas quatro [linhas da Constituição] é o car*lho. Estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando e eles não deram um tiro, por incompetência nossa", completou.

Ainda segundo a PF, o plano detalha estratégias militares envolvendo uma metralhadora, um lança granadas e um lança rojão.

Em 15 de dezembro, os golpistas teriam estruturado uma campana para prender Alexandre de Moraes. No entanto, o plano não foi concluído.

Além de Mário Fernandes, a PF fala ainda no envolvimento direto de outros militares de alta patente. Dentro do grupo, os envolvidos usavam nomes de países como codinomes. Eram eles: Alemanha, Argentina, Brasil, Áustria, Gana e Japão.

Na semana passada, cinco pessoas foram presas, inclusive Mário Fernandes, por envolvimento no plano. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um dos 37 indiciados pelos crimes ligados à trama golpista.

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