“Eu enxergo e fotografo, mas sou surdo e mudo". É assim que Rubens Chiri fala sobre a relação de confiança que criou com jogadores e técnicos ao longo de duas décadas no São Paulo.
Com acesso praticamente total ao vestiário, o fotógrafo oficial do tricolor paulista sabe bem até onde pode ir para registrar em imagens parte da história do clube. Em 27 de março de 2011, por exemplo, lá estava ele na Arena Barueri no gol de número 100 do ídolo Rogério Ceni. “Foi diferente. Eu nunca tinha visto o Rogério acendendo uma vela dentro do vestiário e, naquele dia, ele acendeu", conta.
Paulistano, Rubens Chiri tem 30 anos de carreira. Passou pela grande imprensa e por empresas de marketing esportivo. Trabalhou para a revista oficial do São Paulo em 2000 e, em seguida, foi contratado de forma oficial. A rotina é intensa. “Eu não fico só com o futebol profissional. Acompanho a base, outras modalidades e a vida social do clube. É o departamento de comunicação que determina a minha rotina".
Por ter a oportunidade de observar de perto os atletas das categorias inferiores, o fotógrafo não se surpreende quando algum jovem se destaca no “time de cima”. “O Kaká, por exemplo, eu vi surgindo. Tenho o registro do placar eletrônico do Morumbi ainda com o nome ”Cacá" com a letra “C”. Hoje, vemos o Marquinhos que tem chamado a atenção no profissional. Para mim, não há surpresa alguma porque já venho observando esses meninos há muitos anos".
Nos dias de jogos do profissional no Morumbi, o fotógrafo chega pelo menos duas horas antes e deixa o equipamento pronto. São mais de mil fotos por partida, incluindo a chegada dos atletas e a preparação no vestiário. “No campo, eu gosto de fotografar na lateral, na linha da grande área. Assim, tenho uma capacidade de ação maior”, explica.
Rubens Chiri é mais um personagem da coluna Futebol Raiz que fala sobre as profissões ligadas ao futebol. Ouça abaixo a reportagem de Arthur Covre.