Ainda na Faculdade de Psicologia, Grazi Maria conheceu o CAPS, o Centro de Atenção Psicossocial. Em um estágio, ela decidiu que passaria a atuar no tratamento de pessoas com dependências, abusos e compulsões. “A compulsão pula de galho em galho. A pessoa melhora a dependência em álcool, mas esse vício vai para outro lado. Então, é preciso acompanhar”.
No primeiro caso em que atuou no esporte, a psicóloga ajudou o ex-jogador e comentarista Casagrande. “Eu não o chamo de Casagrande. Pra mim, ele é o Walter porque a ideia é humanizar o jogador. Esse é o diferencial".
Como o caso de recuperação de Casagrande ficou conhecido, Grazi passou a ajudar outros casos parecidos no futebol. Mas, muitos dos que fazem tratamento querem anonimato. A maioria com o mesmo perfil: atleta que desenvolve dependência quando deixa os gramados ou até durante a vida de jogador. “São muitos casos e é muito comum, principalmente entre os que fazem sucesso rápido e vão sozinhos para outros países, sem falar outras línguas. Alguns até abandonam a carreira porque não dão conta", revela.
Grazi Maria fala sobre esse lado da psicologia do esporte em mais uma edição do Futebol Raiz. Ouça abaixo a reportagem de Arthur Covre.