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“Futebol precisa expandir debate contra racismo”, afirma Marcelo Carvalho

Diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol avalia ser preciso cobrar clubes e governos para coibir novos casos

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A repercussão mundial dos casos de racismo contra o atacante Vinícius Jr. é um pontapé inicial de combate às práticas criminosas dentro e fora dos estádios, mas não pode parar por aí, na avaliação do diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho.

Em entrevista à BandNews FM nesta terça-feira (23), Carvalho disse que o futebol tem a possibilidade de amplificar o debate: “O caso ganhou o mundo, temos que usar esse espaço do futebol que é midiático. Precisamos discutir o genocídio da população negra e a desigualdade racial”.

O diretor-executivo afirmou que os ataques racistas repetidos contra o jogador pioraram quando ele se posicionou e que os crimes transcenderam o racismo, até com ameaças de morte.

“Essa tentativa de silenciamento já ocorreu e está ocorrendo. O estádio sempre foi lugar considerado onde pode tudo, soma-se a isso a consciência que as pessoas têm de que não serão pegas por qualquer ato criminoso por estarem no meio da multidão”, diz Marcelo.

Até o momento, sete pessoas foram presas acusadas de participarem de crimes de ódio contra o jogador brasileiro. Para Marcelo, “o debate é sempre quem punir? O clube de futebol ou o torcedor? E no meio disso ninguém é punido. Quando não punimos o torcedor por racismo, outros vão para o estádio”. Ele frisa a necessidade de um trabalho conjunto entre polícia, Justiça e clubes.