O presidente da França, Emmanuel Macron, pode decretar estado de emergência no país para conter o avanço dos protestos contra a morte de um jovem negro nos arredores de Paris. Nesta sexta-feira (30), uma reunião de emergência foi convocada pelo Palácio do Eliseu. Ministros foram convocados para discutir a situação.
Na terceira noite de protestos, o Centro da capital francesa registrou pontos de depredação. Lixeiras e carros foram queimados na cidade de Nanterre, onde aconteceu a abordagem policial que terminou com a morte do jovem de 17 anos.
Ao menos 800 pessoas foram presas, a maioria são jovens entre 14 e 18 anos, segundo as autoridades. Cerca de 200 manifestantes ficaram feridos nas manifestações. A polícia teve o efetivo reforçado e 40 mil homens foram deslocados para garantir a ordem nas ruas.
A família acusa o policial de racismo. Ele atirou e acertou o jovem durante uma abordagem policial. Vídeos divulgados mostram que não houve um cuidado no momento da blitz. O agente está preso e vai responder por homicídio voluntário.
Existe a preocupação com a escala da violência nas manifestações previstas para o fim de semana. O pedido é por mudanças nas abordagens policiais e pelo fim do racismo. Existe a sensação de que quando os abordados são negros ou imigrantes, a polícia é mais truculenta.
O presidente francês repudiou a ação policial que terminou na morte do jovem de origem norte-africano, mas também disse ser contra os protestos violentos.
Marchas estão marcadas para Lyon, Lille, Tolouse e Marselha. A prefeitura dessa último, no entanto, proibiu protestos nas ruas.