A terceira rodada de discussões do Fórum BandNews FM sobre o primeiro mês da guerra na Ucrânia, realizado nesta quinta-feira (24), abordou a situação dos refugiados.
Participam da conversa Luis Fernando Godinho, oficial de informação pública da ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados; Alexandre Addor, bacharel em Relações Internacionais e historiador pela PUC Rio, e especialista em Estudos de Paz, mestre em Ciência Política pela Universidade de Belgrado e Raquel Gontijo, professora de relações internacionais da PUC de Minas.
A Acnur, braço da ONU voltado ao suporte a refugiados, tem acompanhado de perto o fluxo de refugiados na Ucrânia, o maior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A preocupação maior da agência é salvar a vida dessas pessoas, principalmente das que não puderam sair do território em conflito, afirma Luis Fernando Godinho, oficial de informação pública da ACNUR.
O bacharel em Relações Internacionais e historiador pela PUC Rio, especialista em Estudos de Paz e mestre em Ciência Política pela Universidade de Belgrado Alexandre Addor, lembra que, embora haja o reconhecimento da condição de refugiado por parte da comunidade internacional, ninguém quer estar neste lugar. Agora, diante do apelo causado pelas imagens de bombardeios e destruição de cidades, as pessoas tendem a se sensibilizar mais, no entanto não é possível prever até quando essa compreensão vai durar.
Segundo ele, a Europa tem recebido bem refugiados Ucranianos por identificar questões em comum, por conexões culturais e religiosas. O mestre em Ciência Política pela Universidade de Belgrado aponta, no entanto, que essa percepção pode mudar quando os estrangeiros foram introduzidos definitivamente à vida em um país novo.
Já a professora de relações internacionais da PUC-Minas Raquel Gontijo diz que a “identidade europeia” ajuda na criação dos laços entre UE e os ucranianos em fuga, mas há diferenças grandes entre eles, como o idioma. De acordo com ela, diferentemente de outras crises migratórias, como as provocadas durante a primavera Árabe, há uma boa receptividade por parte de países europeus aos refugiados ucranianos que fogem do conflito.
No entanto, é difícil prever até quando essa boa relação vai permanecer. A especialista lembra que mesmo em movimentos migratórios dentro da União Europeia há casos de discriminação.