A segunda mesa do “Fórum BandNews FM Diversificar e Incluir”, realizado nesta sexta-feira (27) em comemoração aos 17 anos da rádio, debateu os desafios e avanços da inclusão.
Renan Sukeius, Cynthia Martins e Milena Teixeira comandam a conversa, que contou com a participação de: Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas; Naiara Ribeiro, gordoativista e militante da causa bissexual; Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; e Cris Guterres, jornalista e empreendedora.
Na abertura do fórum, Renato Meirelles afirmou que a divisão de poder é a melhor forma para combater o preconceito. Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, ter negros na direção de empresas é uma forma de lutar contra o racismo.
Preto Zezé observou que a busca pela diversidade não pode ser considerada uma prática de boa vontade e sim como uma fonte de receita para as próprias empresas, uma vez que abre novos espaços e possibilidades. O presidente da Central Única das Favelas lembrou que avanços foram conquistados, mas que agora é preciso fomentar uma discussão sobre qual o modelo de sociedade queremos. Ele ainda disse que o racismo se tornou muito sofisticado.
Para Cris Guterres, uma das grandes questões da diversidade é que muitas empresas entenderam a necessidade de ter negros na equipe, mas a violência existente no Brasil acaba com essa força de trabalho. A jornalista e empreendedora ainda lembrou que as crianças negras ainda têm mais dificuldades de acesso ao ensino, o que prejudica a entrada delas nas vagas de mercado que irão surgir no futuro.
Além de todas as dificuldades e problemas, o racismo também faz mal para a saúde das vítimas. Cris Guterres lembrou que o jovem negro é o que mais pratica suicídio no Brasil. Por isso, ela defende que esse assunto também seja tratado como um problema de saúde pública.
O racismo também pode ser constatado em números. Renato Meirelles observou que os brancos que vivem em favelas ganham mais do que as pessoas negras. E que sofrem metade das abordagens policiais se comparados com os negros.
Já Naiara Ribeiro lançou um olhar para a gordofobia. A gordoativista e militante da causa bissexual observou que mais da metade da população brasileira é gorda. Mesmo assim, isso é tratado como assunto de uma “minoria”. Para ela, o que falta é acesso ao tema e informações para desconstruir preconceitos. Isso vai desde o oferecimento de roupas para todos os públicos até o próprio preconceito e a ideia de que gordos não podem ser saudáveis.