A servidora do Ministério da Saúde responsável pelo contrato de compra da vacina Covaxin, Regina Célia Oliveira, nega ter sofrido qualquer tipo de pressão para aprovar o acordo e diz que não viu “nada atípico” no processo de negociação da vacina indiana.
Ela é a fiscal de contratos do Ministério e autorizou a continuidade das negociações, enquanto a área de importação da pasta investigava indícios de irregularidades.
Regina Célia depõe na CPI da Pandemia nesta terça-feira (06) sobre a compra da vacina indiana Covaxin que foi negociada com o Ministério da Saúde por um preço mais alto do que o pedido pela fabricante.
A servidora contradiz o depoimento dos irmãos Miranda. Segundo ela, a cláusula não previa nenhum pagamento antecipado.
Regina também confirmou que foi escalada para fiscalizar o contrato da Covaxin no dia 22 de março, dois dias depois da data que os irmãos Miranda alegam ter se encontrado com o presidente Jair Bolsonaro para avisar sobre possíveis fraudes. E que, por isso, não poderia fazer qualquer manifestação sobre o acordo antes dessa data.
A servidora também afirmou à CPI que fez o relatório sobre as falhas na execução do contrato da Covaxin apenas em junho deste ano.
O contrato previa a entrega do primeiro lote de 4 milhões de doses no dia 17 de março, e Regina diz que fez uma notificação sobre atrasos na entrega dos imunizantes em 30 de março.
Depois, no dia 24 de maio, ela encaminhou um ofício à Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde sobre os atrasos, mas nenhuma providência foi tomada.