Uma nova pesquisa do Instituto Datafolha aponta que o fim da escala 6x1 é apoiado por 64% dos brasileiros, enquanto 33% se declaram contra a mudança e 3% não sabem responder. O debate ganhou força com uma PEC da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe a adoção de uma jornada semanal de 36 horas, dividida em quatro dias.
Entre aqueles que trabalham sob a carga máxima de 44 horas semanais, distribuídas em seis dias, o instituto perguntou se ela deve ser reduzida. E o levantamento revelou que 70% dos entrevistados acreditam que o ideal seria uma jornada de cinco dias, enquanto 17% defenderam seis dias e 7% disseram preferir quatro.
Além disso, 82% dos participantes consideram a carga diária máxima de até oito horas como ideal, enquanto apenas 7% sugerem jornadas de oito a 12 horas.
O apoio ou rejeição à mudança varia entre homens, mulheres e diferentes faixas etárias. Cerca de 40% dos homens desaprovam a redução, enquanto 70% das mulheres são favoráveis, considerando uma margem de erro de três pontos percentuais. Entre aqueles com 60 anos ou mais, 48% são contrários à redução da jornada de trabalho. O posicionamento é mais favorável entre os jovens de 16 a 24 anos, que dizem que a jornada deve ser reduzida. Para esse grupo, a margem de erro é de cinco pontos percentuais.
A pesquisa também analisou as opiniões conforme a renda familiar mensal. Entre os que ganham até dois salários mínimos (cerca de R$ 2.824), 98% apoiam a redução. Já entre os que recebem mais de cinco salários mínimos (R$ 7.060), 43% são contrários. As margens de erro para esses grupos são de três e seis pontos percentuais, respectivamente.
O levantamento mostrou ainda diferenças entre pessoas de diferentes cores declaradas. A redução da jornada tem maior apoio entre os que se declaram pretos (72%) e pardos (66%) do que entre os brancos (59%). As margens de erro para esses grupos são de cinco, três e quatro pontos percentuais, respectivamente.
A pesquisa do Instituto Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios de todo o país. Considerando o total da amostra, a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos, e o nível de confiança é de 95%.