Raquel Kochhann se surpreendeu ao ser escolhida como uma das porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura da Olimpíada de 2024, em Paris.
A atleta do rúgbi só soube da decisão do COB (Comitê Olímpico do Brasil) na segunda-feira (22). Ao lado dela, estará Isaquías Queiroz, da canoagem.
“É meio difícil de explicar com palavras a sensação. É algo que a gente só vê na TV, vê nossos ídolos lá representando. De verdade, não era uma coisa que eu imaginava – havia votações para quem poderia ser, e meu nome nem era cogitado pelas pessoas. Estou muito feliz de realmente poder representar e levar não só a Olimpíada, mas mostrar também um pouco do nosso esporte para o mundo inteiro”, afirmou Raquel em entrevista nesta terça à BandNews FM, descrevendo a surpresa ao receber a informação.
“Ontem, a Xaxá (Schwambach), nossa manager, falou: ‘Você tem uma entrevista com o COB, vamos lá para o chateau do Time Brasil’. Falei: ‘Tudo bem, vamos lá’. Do nada, eles chamaram e os caras disseram: ‘Você vai ser convidada como nossa porta-bandeira’. Sabe quando você fica sem reação, parece que tu tá vivendo um sonho, parece que não é realidade? Eu fiquei um tempo em choque para entender o que estava acontecendo, e até agora parece que a ficha não caiu. É algo que só quem é do esporte sabe, a grandeza que é carregar essa bandeira e representar nosso país em uma abertura do maior evento esportivo mundial.”
A indicação do COB marca uma fase de retomada de Rachel Kochhann. Em 2022, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Passou por uma cirurgia de mastectomia bilateral e, em maio de 2023, começou sessões de quimioterapia e radioterapia. Voltou aos gramados em dezembro e, em janeiro de 2024, voltou à vestir a camisa das Yaras, a seleção brasileira de rúgbi sevens.
“Para mim, com certeza, é mais uma grande conquista. E eu vejo não só pela minha conquista individual, mas pelo crescimento do nosso esporte no Brasil. O rúgbi, desde 2016, vem nessa crescente, vem conquistando muitas coisas. A gente conseguiu neste ano grandes feitos, a nossa melhor colocação no Circuito Mundial (10º lugar), a nossa classificação para mais uma Olimpíada. Mostra a nossa luta como um todo, como as Yaras brasileiras. A gente está cada vez mais crescendo e ganhando espaço com o público brasileiro a nível mundial”, descreveu Rachel.
A atleta do rúgbi só não deu pistas se prepara algo especial para a abertura de Paris-2024. “Eu ainda estou curtindo meu momento, tentando cair na realidade para entender o que está acontecendo. Mas com certeza vai ser algo muito especial”, afirmou.