Depois que duas promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro deixaram o caso Marielle Franco, familiares da vereadora e do motorista Anderson Gomes lançam um Comitê de Justiça para pedir mais esclarecimentos e transparência durante as investigações.
No último sábado (10), Simone Sibilio e Letícia Emile pediram para deixar o caso por supostas interferências externas. Outro motivo de desentendimento também seria a negociação de um acordo de delação premiada com a viúva do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega.
Julia Lotufo teria prometido passar informações sobre as mortes de Marielle e Anderson, mas as promotoras consideraram os relatos superficiais e sem provas.
Com a saída das integrantes da Força-Tarefa, o comitê deseja agora acompanhar a escolha dos novos promotores que vão investigar os assassinatos de 2018.
Por isso, ainda nesta quarta-feira (14), com o apoio de entidades de direitos humanos, o grupo protestou em frente ao Ministério Público e protocolou um ofício pedindo uma reunião com o governador Claudio Castro, do Rio de Janeiro, e com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos.
Os protestos acontecem um dia depois da exumação dos restos mortais do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega. A intenção é verificar se ele foi executado ou se foi mesmo morto durante confronto. Adriano faleceu em fevereiro de 2020, durante uma operação policial na Bahia.
O ex-capitão era acusado de chefiar o grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime. Um de seus participantes era o policial reformado Ronnie Lessa, que está preso, acusado por ter feito os disparos que mataram Marielle e Anderson, há mais de três anos.