A promessa de dinheiro fácil e rendimento acima de qualquer investimento atrai muitos interessados. Também por isso, as chamadas pirâmides financeiras se tornaram cada vez mais comuns e vêm causando prejuízos a milhares de brasileiros.
Assim como outras falsas corretoras, a Genesis Vet, investigada pela BandNews FM, atraía os investidores por meio de aplicativos de mensagens.
Antes de sair do ar, a plataforma prometia altos ganhos - média diária de 2,5% - a quem caiu no golpe. O lucro seria obtido se o investidor operasse apenas dois índices e em um horário determinado, sempre à noite.
O sinal - como se chamava a indicação de investimento - era enviado pelo WhatsApp ou Telegram.
Num primeiro momento, até foi possível realizar saques, mas a partir do fim de maio, ninguém viu mais o dinheiro.
O corretor de imóveis Ricardo Barbosa Abreu investiu mais de R$ 10 mil antes de a Genesis Vet alegar que estava abrindo capital na Bolsa de Nova York e bloquear as retiradas.
Agora, para liberar o dinheiro, seria necessário depositar 10% do capital que havia sido aplicado. Para que o dinheiro não passasse por bancos brasileiros, as transações eram feitas por meio de corretoras internacionais.
O valor era convertido em criptomoedas antes de chegar à plataforma da Genesis.
O analista de RH Marcelo Vieira teve um prejuízo de US$ 6 mil dólares e diz que o golpe atingiu não só pessoas no Brasil. Em apenas um grupo, havia mais de 5 mil integrantes.
A plataforma só saiu do ar no dia 16 de junho.
A BandNews FM conseguiu falar com uma das líderes da Genesis, que diz que também foi prejudicada. Segundo ela, só poderia ascender na suposta corretora quem tinha dinheiro aplicado. O esquema seria comandado por uma chinesa, conhecida apenas como Kelly. O telefone dela, no entanto, é da Malásia.
O analista e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, alerta que é preciso duvidar de ganhos fáceis. Segundo ele, nenhuma aplicação garante o retorno prometido nas pirâmides financeiras.
A BandNews FM procurou a Polícia Civil de São Paulo, que orientou os prejudicados a fazer uma representação criminal após o registro do boletim de ocorrência eletrônico. Outros BOs foram registrados em diversos estados brasileiros, como Santa Catarina, Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso do Sul.
