Fachin pede fim do “populismo autoritário”, enquanto Bolsonaro ataca urnas

Sem citar o chefe do Executivo, que se reuniu com embaixadores estrangeiros, presidente do Tribunal Superior Eleitoral pede fim da desinformação

Rádio BandNews FM

Fachin pede fim do “populismo autoritário”, enquanto Bolsonaro ataca urnas
Foto: Agência Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Edson Fachin, disse nesta segunda-feira (18) que é preciso dar um basta na “desinformação” e “dizer não ao populismo autoritário, que coloca em xeque a conquista da Constituição de 1988”. A fala aconteceu em um evento virtual da OAB do Paraná minutos após a reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros. Usando a estrutura da Presidência da República, o político do PL atacou as urnas eletrônicas, difundiu inverdades sobre o sistema eleitoral e colocou em dúvidas a eleição brasileira.

Fachin não citou nominalmente Bolsonaro, mas disse que há um “inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade pública importante dentro de um país democrático” e destacou ser “muito grave a acusação de fraude, acusação de má-fé a uma instituição mais uma vez sem apresentar prova alguma”.

No encontro com cerca de 40 diplomatas em Brasília, Jair Bolsonaro fez contorcionismo retórico ao utilizar um inquérito da Polícia Federal sobre um ataque hacker no TSE. A PF não encontrou elementos de votos tenham sido fraudados, embora um criminoso virtual tenha acessado o sistema de informática do tribunal eleitoral, sem acessar qualquer parte das urnas eletrônicas.

Na internet, o Tribunal Superior Eleitoral desmentiu as afirmações do presidente.

Edson Fachin disse haver “rumores descabidos” que criam “narrativas nocivas que tensionam o espaço social” para desacreditar a Justiça Eleitoral. O ministro pontuou que a Corte aceita críticas e sugestões para aperfeiçoar o sistema eleitoral, mas que não pode aceitar inverdades e afirmações sem provas.

Desde 1996, quando o sistema eletrônico passou a ser adotado, não houve prova de fraude eleitoral. A urna eletrônica não pode ser invadida por não estar conectada em rede de internet e funcionar fora de qualquer conexão em rede.

O fato da urna não ser conectada à internet foi reforçado por Fachin na fala virtual desta segunda (18).

O ministro e atual presidente do TSE tem sido alvo de críticas de Jair Bolsonaro. Aparecendo em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato à reeleição tem elevado o tom contrário ao sistema eleitoral.

Bolsonaro tem repetido, sem apresentar provas, que ganhou a eleição de 2018 ainda em primeiro turno e sustenta que o problema está no TSE.

A reunião com embaixadores foi convocada após Fachin reunir representantes de países com representação diplomática no Brasil para uma reunião na sede do TSE. Os diplomatas foram chamados para conhecer melhor o sistema de votação e foram chamados para acompanhar o pleito que ocorre em outubro.

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