Os lançamentos das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, em um capítulo fundamental para o fim da Segunda Guerra Mundial, completam 78 anos nesta semana em meio a um cenário de expansão nos arsenais nucleares das potências mundiais.
Um relatório divulgado pela Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN) aponta que os gastos globais em armamento desse tipo aumentou 3% no último ano, chegando a US$ 83 bilhões só em 2022. Atualmente, Rússia, Estados Unidos, China, Reino Unido, França, Índia, Israel, Paquistão e Coreia do Norte são os países que detêm armas nucleares e continuam a modernizar e expandir os arsenais.
Os Estados Unidos são a nação que mais gasta dinheiro nos armamentos nucleares. Somando as compras, a maior potência do mundo gasta mais que todos os países juntos, com cerca de US$ 44 bilhões. As tensões decorrentes da Guerra na Ucrânia também aumentaram a atenção sobre o tema.
As bombas voltaram à tona no noticiário nas últimas semanas depois do lançamento do filme Oppenheimer, que conta a história do físico Robert Oppenheimer, criador das ogivas nucleares.
Os ataques no Japão ocorreram nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, como forma de fazer o país se render e impedir uma invasão aos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
O uso das bombas atômicas provocou uma devastação sem precedentes e foram os dois primeiros - e até aqui os únicos - episódios em que explosivos nucleares foram usados fora de exercícios militares.
Ao todo, as bombas atômicas, que foram batizadas pelos Estados Unidos com os nomes “Little Boy” e “Fat Man”, mataram ao menos 118 mil pessoas. O número, no entanto, não pode ser estimado com precisão porque milhares de pessoas sofreram com consequências da radiação das bombas e tiveram as vidas abreviadas por causa das sequelas.
Na lista de problemas de saúde causados pelas explosões estão abortos, esterilidade e um impacto de acabar com a menstruação de milhares de japonesas.