O Exército de Israel orienta as tropas a evitarem publicações na internet sobre ações militares na Faixa de Gaza. O alerta vem após a revelação do caso do soldado que fugiu do Brasil depois de ser denunciado por crimes de guerra no Oriente Médio.

Yuval Vagdani passava férias em Morro de São Paulo, no litoral da Bahia, quando foi acusado por um vídeo publicado em novembro do ano passado. Na ocasião, o soldado e um amigo participaram da destruição de um campo de refugiados na Faixa de Gaza.

A denúncia foi feita pela Fundação Pró-Palestina Hind Rajab, com sede na Bélgica, que pediu a prisão dele à Justiça brasileira. Segundo a representante da organização, Maira Pinheiro, o militar incorreu em crimes de guerra e contra a humanidade.

"A explosão de residências configura crime de guerra porque não é permitido destruir propriedade civil que não tenha objetivos militares. A incursão terrestre foi extremamente violenta, inclusive causando mortes de civis", explica.

A Justiça chegou a determinar a abertura de inquérito à Polícia Federal, mas a investigação não deve ir adiante. Isso porque Yuval Vagdani já deixou o Brasil rumo a Buenos Aires, na Argentina, no fim de semana - onde, na prática, não pode ser investigado.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que a Embaixada de Israel ofereceu apoio para a saída "rápida e segura" do soldado. A representação diplomática ainda criticou a denúncia e disse que a acusação "explora, de forma cínica, os sistemas legais para alimentar uma narrativa anti-Israel".