O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, que ocupa o cargo durante a viagem de Lula à China, reafirma a importância da relação bilateral entre o país asiático e o Brasil, explica a tributação de compras internacionais e fala sobre a chegada do novo marco fiscal ao Congresso.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM nesta sexta-feira (14), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirma que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil e que a intenção do governo é que a China realize ainda mais investimentos em território brasileiro.
De acordo com Alckmin, o capital chinês é fundamental para o Brasil. "É importante o investimento. É uma parceria. É um ganha-ganha. É bom para a população dos dois países", avaliou.
Os recursos são utilizados, dentre outras coisas, para a infraestrutura industrial brasileira. O vice-presidente explica que, ao longo dos últimos anos, o Brasil sofreu uma queda na atividade. "A industrialização veio de 30% de participação no PIB para 10%. Eu gosto de falar em uma nova industrialização, pautada em energia renovável, em sustentabilidade”, explicou.
Ao longo da entrevista, Geraldo Alckmin também falou sobre a polêmica da tributação de compras internacionais. Após mais de 20 anos, os envios internacionais de pessoas físicas para pessoas físicas no valor de até US$ 50 serão taxados em 60% do valor da encomenda.
De acordo com ele, a gestão federal se preocupa com o cenário nacional. "O comércio eletrônico é positivo, mas precisamos ter uma concorrência leal. Não podemos ter uma concorrência desleal", avaliou o político ao falar sobre a sonegação de impostos por mercadorias internacionais.
Questionado sobre o novo marco fiscal e a Reforma Tributária, o presidente em exercício informou que o primeiro projeto de lei deve chegar ao Congresso “nos próximos dias” e trará “maior segurança para a redução da taxa básica de juros”. Sobre a mudança no sistema tributário, Alckmin confirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), são favoráveis aos projetos.
Alckmin disse que o governo federal vai ampliar um projeto do Ministério da Economia da gestão de Jair Bolsonaro que visava a renovação da frota de caminhões do país. Ele reiterou a intenção do poder público de comprar veículos velhos em troca de crédito para os caminhoneiros. O objetivo é modernizar a frota que escoa as mercadorias nacionais.
Em relação à educação, o vice-presidente enfatizou que a prioridade do governo é o ensino básico e a transformação do ensino médio para evitar a evasão escolar. Ele criticou gestões anteriores por conta de obras com foco em educação que foram interrompidas. "O governo precisa primeiro terminar obras paradas. O Ministério da Educação é campeão em obra parada."
Sobre os ataques a escolas, o representante do governo federal afirmou que a gestão Lula irá ajudar as esferas locais a lidar com o problema. "Vamos trabalhar a saúde mental, o acompanhamento das crianças com bastante cuidado. Vamos fazer prevenção. Esse é o melhor caminho."
O vice-presidente também disse que acredita que seja necessária a responsabilização das redes sociais por conteúdos de ataques disseminados nas plataformas. “Eu entendo que sim (deve haver punição). Comunicação é importante, é coisa séria. ”Quando você, de alguma maneira, mesmo de forma indireta, incita, estimula ações violentas, que prejudicam pessoas, que fazem crime, que põem em risco a vida das pessoas, não é possível ser tolerado. Tudo tem limite."
Por fim, Geraldo Alckmin se disse feliz com o início de governo, falou em “senso de responsabilidade” e revelou que não quer decepcionar a população.