Começa nesta segunda-feira (7) o julgamento da ex-deputada federal Flordelis, acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. Outras quatro pessoas acusadas de envolvimento no assassinato também serão julgadas pelo Tribunal do Júri.

Por causa do número de réus, a expectativa é de que a sessão de julgamento ocorra em mais de um dia.

Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e responderá por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

A filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues, é acusada de ter ajudado a envenenar o pastor Anderson do Carmo - com quem já namorou. Em depoimento na Câmara do Deputados, ela afirmou que pagou R$ 5 mil pela morte dele à filha afetiva de Flordelis Marzy Teixeira da Silva.

Marzy e a neta da ex-deputada Rayane dos Santos Oliveira também teriam oferecido quantias em dinheiro pelo assassinato do pastor, de acordo com as investigações.

Já o filho afetivo André Luiz de Oliveira, segundo os autos, sabia dos planos de Flordelis para matar o marido, incentivando e reforçando os planos da mãe. Ele também teria ajudado a convencer o pastor a ingerir alimentos e bebidas envenenados.

A defesa da ex-deputada deve levar ao júri acusações de violências físicas e sexuais que teriam sido cometidas por Anderson do Carmo. Em um vídeo gravado no Complexo Penitenciário de Gericinó, ela detalha os episódios.

A versão é negada pelo advogado que representa a família do pastor. Segundo a defesa, a tese de que ele cometia abusos contra Flordelis e os filhos chegou a ser levantada no início das investigações, mas nunca foi comprovada.

Anderson do Carmo foi executado a tiros no dia 16 de junho de 2019, na casa da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

O motivo do crime, de acordo com as investigações, seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da família.