O ex-CEO da empresa Americanas que estava foragido e foi preso pela Interpol em Madrid, na Espanha, não deve ser extraditado.
Miguel Guetirrez, que era considerado foragido, foi encontrado nesta sexta-feira (28) no país europeu, mas tem dupla cidadania, e a Espanha não extradita cidadãos.
Segundo os investigadores, a tendência é de que o processo e uma possível condenação do ex-CEO aconteçam em território espanhol.
De acordo com o inquérito policial, Gutierrez demonstrou preocupação em blindar o patrimônio, após deixar o cargo de diretor presidente da Americanas, com a transferência de valores e imóveis para paraísos fiscais e empresas de familiares.
A PF acredita que ele já sabia que haveria um escândalo, com a divulgação da fraude.
Foram encontradas evidências em e-mails e anotações na conta institucional de Gutierrez que revelam a criação de um esquema societário, com diversas remessas de valores a of-shores sediadas em paraísos fiscais.
Além disso, ele transferiu imóveis que estavam em seu nome para empresas ligadas a familiares para ocultar o patrimônio.
Gutierrez foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal na quinta-feira (27) que investiga a maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, estimada em mais de 25 bilhões de reais.
Uma ex-diretora da Americanas, Anna Christina Ramos Saicali, que também foi alvo da operação, segue foragida. Segundo a PF, a suspeita é que ela esteja em Portugal.