O governo americano anunciou o fechamento temporário da embaixada no Sudão. O país africano vive uma disputa de poder que eleva a instabilidade na região e tem feito aumentar o conflito nas ruas. Países da União Europeia começaram o resgate dos cidadãos, mas a violência tem dificultado a saída dos estrangeiros.
Nesta segunda-feira (24), uma delegação de esportistas brasileiros deve chegar ao Egito depois de deixar a capital sudanesa em um ônibus. O grupo com nove pessoas, entre jogadores de futebol e preparadores técnicos, iniciou uma viagem de mais de 14 horas por terra para deixar a capital Cartum. O ônibus que os leva foi alugado pelo time Al-Merreikh.
Uma funcionária da embaixada brasileira também estaria no grupo, no entanto, os brasileiros acusam o Itamaraty de não tem ajudado e providenciado a retirada do país em conflito.
O Ministério das Relações Exteriores disse trabalhar com outros países para uma operação segura de retirada dos cidadãos e disse ter ajuda no resgate de brasileiros, incluindo crianças, em cooperação com a ONU.
Uma delegação francesa que saia da embaixada do país para o aeroporto foi atacada no domingo (23) e a operação de resgate dos franceses foi suspensa. Um funcionário da Embaixada do Egito também ficou ferido durante um ataque.
Enquanto isso, governos da Itália, Reino Unido, Bélgica e Holanda conseguiram retirar parte dos estrangeiros que residiam na região conflagrada.
O Papa Francisco pediu neste domingo (23) que o fim dos conflitos no país e a retomada do diálogo para se encontrar uma saída para a situação descrita por ele como “grave”
A crise no Sudão começou no último dia 15 de abril. Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) entraram em confronto com o Exército sudanês e reivindicam a saída do general Abdel-Fattah al-Burhan, que assumiu o poder depois de um golpe em 2021. O RSF apoiou a deposição de Omar Bashir, mas brigas internas levaram a uma divisão entre os militares.
O Sudão tem 46 milhões de habitantes e conta com forte atividade das Nações Unidas para o atendimento em regiões empobrecidas e com alto índice de violência. A escala da tensão atual paralisou serviços e tem provocado a saída de organizações sociais do país.